A Margem Equatorial Brasileira, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, vem ganhando destaque como uma das principais apostas do país para ampliar a produção de petróleo. A região é composta por cinco grandes bacias sedimentares: Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.
A origem dessa formação remonta a cerca de 120 milhões de anos, no período Cretáceo, quando as placas tectônicas deram início à separação dos continentes da América do Sul e da África. Esse afastamento originou bacias sedimentares no litoral norte do Brasil, acumulando matéria orgânica ao longo de milhões de anos. Diferente do senso comum, o petróleo da Margem Equatorial não se formou a partir de restos de dinossauros. Sua origem está na decomposição de micro-organismos marinhos, como fitoplânctons e zooplânctons. Após sua morte, esses organismos foram soterrados por sedimentos no fundo dos oceanos e, sob altas pressões e temperaturas, transformaram-se em petróleo.
Estudos geológicos indicam que as camadas de rochas conhecidas como folhelhos — particularmente das formações Codó e Grajaú — apresentam elevado potencial gerador de petróleo. Essas formações, datadas também do período Cretáceo, têm sido objeto de interesse por parte da Petrobras e de outras empresas do setor energético. Apesar do potencial econômico, a exploração na Margem Equatorial também levanta preocupações ambientais. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já autorizou testes na Bacia da Foz do Amazonas, mas ainda não concedeu licença definitiva para a perfuração de poços. A liberação depende da análise detalhada do Plano de Emergência Individual (PEI) da Petrobras e da garantia de segurança em caso de vazamentos ou acidentes. A região representa, portanto, um ponto de equilíbrio delicado entre o avanço energético e a preservação ambiental. O debate sobre o futuro da Margem Equatorial segue mobilizando ambientalistas, especialistas e o setor produtivo.
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